31 de agosto de 2013

O CÉLEBRE EDITO DE CONSTANTINO

NINGUÉM nega que no dia 7 de março de 321, o imperador Constantino promulgou uma lei que assim reza:

"Que todos os  juízes, e todos os habitantes da Cidade, e todos os mercadores e artífices descansem no venerável dia do Sol. Não obstante, atendam os lavradores com plena liberdade ao cultivo dos campos; visto acontecer a miúdo que nenhum outro dia é tão adequa4o à semeadura do grão ou ao plantio da vinha; daí o não se dever deixar passar o tempo favorável concedido pelo céu." – Codex Justinianus, lib. 13, it. 12, par. 2 (3).

Este acontecimento influiu decisivamente para transformar o "festival da ressurreição" num autêntico "dia de guarda" no império romano.

Os nossos oponentes, visando fazer confusão, procuram dar sentido tendencioso ao histórico decreto, ao mesmo tempo que propalam ser ensino nosso que a instituição dominical fora criara pelo imperador. Nada mais falso. Equivocam-se grandemente os que afirmam ser ensino adventista que o domingo foi instituído por Constantino e por um determinado papa. Jamais ensinamos que Constantino fosse o autor do domingo, mas sim que, na esfera civil, deu o passo para que se tornasse dia de guarda, promulgando a primeira lei neste sentido, coroando assim a gradual implantação do domingo na igreja e no mundo.

Contudo, dizer que muito antes de Constantino nascer já os cristãos GUARDAVAM o domingo é afirmação temerária, destituída de veracidade histórica. Os testemunhos que o oponente alinhou nada provam em favor da OBSERVÂNCIA já estabelecida do primeiro dia da semana como dia de culto cristão. Não merecem inteira fé, por serem duvidosos, falíveis e incongruentes. Não invoca SEQUER UM testemunho bíblico ou histórico exato, incontrariável, irrecorrível. Não pode fazê-lo. O máximo que se poderia afirmar é que, antes de Constantino, boa parte dos cristãos, já em plena fermentação da apostasia gradual, reuniam-se de manhã no primeira dia da semana, para o "festival da ressurreição," e depois voltavam aos misteres costumeiros. Nada de guarda, observância ou santificação do dia. Isso ninguém jamais provará.

O nosso acusador cita o edito dominical de Constantino. Cita-o para dar-lhe uma interpretação distorcida, às avessas. Segundo ele o édito destinava-se a favorecer os cristãos. Não se dirigia aos pagãos. Concordamos que o imperador tinha em mira agradar aos cristãos de seus dias, porém para conciliá-los com a observância do dia do Sol, que os pagãos observavam. Mero jogo político.

 Confusões e Contradições

Afirma o acusador: "Era um édito para favorecer particularmente os cristãos..."

Vamos analisar esta afirmativa. Notemos o seguinte: se a observância dominical, pelos cristãos, já era fato líquido e certo, não careciam eles de leis seculares para os favorecer. E prossegue: "[o edito] não foi feito para agradar os pagãos." Não foi mesmo porquanto os pagãos vão precisavam de leis que lhes ordenassem guardar o "dia do Sol", considerando que o mitraísmo era religião dominante no Império, sendo o próprio Constantino mitraísta. Diz a História que ele era adorador do Sol que se "converteu" ao cristianismo. Isso lança luz nas verdadeiras intenções do édito.

Mas agora surge a confissão interessante: Diz o autor do O Sabatismo à Luz da Palavra de Deus: "O édito era dirigido aos pagãos e por isso empregou-se a expressão dia do Sol em vez de dia do Senhor..." (Digamos, entre parênteses, que há aqui um equívoco, pois o edito era dirigido a todos, moradores das cidades e dos campos indiscriminadamente. Os pagãos, sem dúvida, constituíam a imensa maioria.)

Voltaríamos a insistir: Por que empregou Constantino a expressão "dia do Sol"? A resposta será dada pelo acusador. Diz ele: "Está provado, por homens abalizados, que esses [os pagãos] jamais guardaram esse dia [o primeiro dia da semana]." Isto até provoca riso. O oponente diz candidamente que os pagãos jamais em tempo algum observaram o primeiro dia da semana.

Prestaram os leitores atenção? Pois bem. Leiam agora estoutra declaração na mesma página e no mesmo parágrafo, a respeito do édito de Constantino: Era dirigido aos pagãos" por isso Constantino "usou a expressão DIA DO SOL para que pudessem [eles, os pagãos] compreendê-lo bem." Ai está a confissão. E insistimos com o autor: Por que os pagãos compreenderiam bem a expressão "dia do Sol" em vez de "dia do Senhor"? Por quê? Insistimos, por quê? A resposta é uma só: PORQUE GUARDAVAM O DIA DO SOL. Era o dia de guarda do mitraísmo, religião professada pelo próprio Constantino. Por essa contradição se pode ver a insegurança do acusador.

Mais adiante cita outro famoso apóstata adventista, o briguento A. T. Jones, quando este assevera que a primeira lei feita sobre o domingo, foi feita a pedido da igreja." E cremos que o foi realmente, mas a pedido... de qual igreja? A pedido da igreja semiapóstata, igreja que já levava no bojo inovações do paganismo, igreja conluiada com o Estado, igreja já desfigurada, que então usava velas, altares, praticava o monasticismo, borrifava água benta, impunha penitência, o sinal da cruz, e até ordens sacerdotais. Esta a igreja que solicitou o édito de Constantino. Esta a igreja que algumas décadas a seguir, num concílio, decretou a abstenção do trabalho no domingo e quis impedir a observância do sábado, no concílio de Laodicéia. Se o oponente aceita essa igreja como expressão do verdadeiro cristianismo, contente-se. É um direito seu. Nós não aceitamos. Não nos conformamos com ele, e continuamos a insistir na tese da origem pagã da observância dominical. Temos a História a nosso favor. Temos os fatos que depõem em abono de nossa mensagem. A verdade não precisa de notas forçadas para sobreviver. Impõe-se por si.

E agora, a nuvem de testemunhas. O nosso ponto de vista vai ser confirmado exuberantemente, por depoimentos da mais alta idoneidade. Vejamos o que dizem os eruditos, os enciclopedistas, os historiadores: Ei-las:

"O mais antigo reconhecimento da observância do domingo, como um dever legal, é uma constituição de Constantino em 321 A.D., decretando que todos os tribunais de justiça, habitantes das cidades e oficinas deviam repousar no domingo (venerabili die Solis), com uma exceção em favor dos que se ocupavam do trabalho agrícola." –Enciclopédia Britânica, art. "Sunday".

Note-se a expressão "mais antigo reconhecimento", que prova não ser então liqüida e certa a observância dominical. Antes disso não o era certamente.

"Constantino, o Grande, baixou uma lei para todo o império (321 A. D.) para que o domingo fosse guardado como dia de repouso em todas as cidades e vilas; mas permitia que o povo do campo seguisse seu trabalho." – Enciclopédia Americana, art. "Sabbath".

Esse primeiro dia era o "dia solar" dos pagãos, que já o guardavam. Pelo decreto, o dia devia ser por todos (inclusive os cristãos) "guardado como dia de repouso" em todas as cidades e vilas. Muito claro.

"Inquestionavelmente, a primeira lei, tanto eclesiástica como civil, pela qual a observância sabática daquele dia se sabe ter sido ordenada, é o edite de Constantino em 321 A.D." – Chamber, Enciclopédia, art. "Sabbath".

Notemos que Chamber diz ser a lei também eclesiástica. Por quê? Devido à fusão com o cristianismo, à influência religiosa, e à habilidade de estadista que quer agradar a gregos e troianos. Dessa forma o incipiente "festival da ressurreição" das manhãs do primeiro dia da semana se fundiria com o dia solar pagão do mitraísmo, e não haveria descontentes. Constantino atingia seus objetivos.

A influência da igreja semiapóstata na elaboração do decreto é evidente. Eusébio, contemporâneo, amigo e apologista de Constantino escreveu: "Todas as coisas que era dever fazer no sábado, estas NÓS as transferimos para o dia da Senhor." – Eusébio, Commentary on the Psalms.

Essa expressão "nós transferimos..." é sintomática, e prova que esse dia de guarda é invenção humana, puramente humana, de procedência pagã, de um paganismo já amalgamado com o cristianismo desfigurado da época.

"Os cristãos trocaram o sábado pelo domingo. Constantino, em 321, determinou a observância rigorosa do descanso dominical, exceto para os trabalhos agrícolas... Em 425 proibiram-se as representações teatrais [nesse dia] e no século VIII aplicaram-se ao domingo todas as proibições do sábado judaico." – Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira, art. "Domingo".

O grande e abalizado historiador cardeal Gibbon, com sua incontestada autoridade assevera o seguinte: "O Sol era festejado universalmente como o invencível guia e protetor de Constantino....

"Constantino averbou de Dies Solis (dia do Sol) o 'dia do Senhor' – um nome que não podia ofender os ouvidos de seus súditos pagãos." – The History of the Decline and Fall of the Roman Empire, cap. 20 §§ 2°., 3°. (Vol. II, págs. 429 e 430).

Ainda sobre o significado do célebre edito diz-nos o insuspeito pastor Ellicott:
"Para se entender plenamente as provisões deste edito, deve-se tomar em consideração a atitude peculiar de Constantino. Ele não se achava livre de todo o vestígio da superstição pagã. É fora de dúvida que, antes de sua conversão, se havia devotado especialmente ao culto de Apolo, o deus-Sol. ... O problema que surgiu diante dele era legislar em favor da nova fé, de tal modo a não parecer totalmente incoerente com suas práticas antigas, e não entrar em conflito com o preconceito de seus súditos pagãos. Estes fatos explicam as particularidades deste decreto. Ele denomina o dia santo, não de dia do Senhor, mas de "dia do Sol' – a designação pagã, e assim já o identifica com seu antigo culto a Apolo." – Pastor George Ellicott, The Abiding Sabbath, pág. 1884.

Se isto não bastar, temos ainda o insuspeito Dr. Talbot. Só citamos autores não adventistas. Ei-lo:
"O imperador Constantino, antes de sua conversão, reverenciava todos os deuses (pagãos) como tendo poderes misteriosos, especialmente Apolo, o deus do Sol, ao qual, no ano 308, ele [Constantino] conferiu dádivas riquíssimas; e quando se tornou monoteísta o deus ao qual adorava era – segundo nos informa UHLHORN – antes o "Sol INCONQUISTÁVEL" e não o Pai de nosso Senhor Jesus Cristo. E na verdade quando ele impôs a observância do dia do Senhor (domingo) não o fez sob o nome de sabbatum  ou Dies Domini, mas sob o título antigo, astrológico e pagão de Dies Solis, DE MODO QUE A LEI ERA APLICÁVEL TANTO AOS ADORADORES DE APOLO E MITRA COMO AOS CRISTÃOS." (Versais nossos.) – Dr. Talbot W. Chamber, Old Testament Student, janeiro de 1886.

Isto é confirmado por Stanley, que diz:
"A conservação do antigo nome pagão de "Dies Solis" ou "Sunday" (dia do Sol) para a festa semanal cristã é, em grande parte, devido à união dos sentimentos pagão e cristão, pelo qual foi o primeiro dia da semana imposto por Constantino aos seus súditos – tanto pagãos como cristãos – como o "venerável dia do Sol"... Foi com esta maneira habilidosa que conseguia harmonizar as religiões discordantes do império, unindo-as sob uma instituição comum." Deão Stanley, Lectures on the History on thc Eastern Church, conferência n°. 6, pág. 184.

Comentando a chamada "conversão" de Constantino, escreve o erudito bispo Arthur Cleveland Coxe:
"Foi uma conversão política, e como tal foi aceita, e Constantino foi um pagão até quase ao morrer. E quanto ao seu arrependimento final, abstenho-me de julgar." – Elucidation 2, of "Tertullian Against Marcion", book 4.

Comentando as cerimónias pagãs relacionadas com a dedicação de Constantinopla (cidade de Constantino) diz a autorizado MILMAN:
"Numa parte da cidade se colocou a estátua de PITIAN, noutra a divindade SMINTIA. Em outra parte, na trípode de Delfos, as três serpentes representando PITON. E sobre um alto triângulo, o famoso pilar de pórfiro, uma imagem na qual Constantino teve o a atrevimento de misturar os atributos do Sol, com os de Cristo e de Si mesmo ... Seria o paganismo aproximando-se do cristianismo, ou o cristianismo degenerando-se em paganismo?" – History of Christianity, book 3, chap. 3.

Outro testemunho interessante é o de Eusébio:
"Ele [Constantino] impôs a todos os súditos do império romano a observância do dia do Senhor COMO UM DIA DE REPOUSO, e também para que fosse honrado o dia que se segue ao sábado." – Life of Constantine, Book 4, chap. 18. (Versais nossos.)

Uma fonte evangélica:
"Quando os antigos pais da igreja falam do dia do Senhor, às vezes, talvez por comparação, eles o ligam ao sábado; porém jamais encontramos, anterior à conversão de Constantino, uma citação proibitória de qualquer trabalho ou ocupação no mencionado dia, e se houve alguma, em grande medida se tratava de coisas sem importância... Depois de Constantino as coisas modificaram-se repentinamente. Entre os cristãos, o "dia do Senhor" – o primeiro da semana – gradualmente tomou o lugar do sábado judaico." – Smith's Dictionary of the Bible, pág. 593.

Lemos na North British Review, Vol. 18, pág. 409, a seguinte declaração:
"O dia era o mesmo de seus vizinhos pagãos e compatriotas; e o patriotismo de boa vontade uniu-se à conveniência de fazer desse dia, de uma vez, o dia do Senhor deles e seu dia de repouso... Se a autoridade da igreja deve ser passada por alto pelos protestantes, não vem ao caso; parque a oportunidade e a conveniência de ambos os lados constituem seguramente um argumento bastante forte para uma mudança cerimonial, como do simples dia da semana para observância do repouso e santa convocação do sábado judaico."

Um livro idóneo é Mysteries of Mithra, de Cumont. Nas páginas 167, 168 e 191 há valiosas informações corroboradas pelas História e pela Arqueologia a respeito do mitraísmo. Poderíamos acrescentar dezenas de outros depoimentos, porém o espaço não o permite. Os citados, no entanto, provam à saciedade a tremenda influência do edito de Constantino em implantar definitivamente a guarda do primeiro dia da semana.


Extraído do Livro Sutilezas do Erro.

26 de agosto de 2013

3 PROFECIAS ACERCA DE JESUS, que já se cumpriram

As profecias estão ordenadas cronologicamente e acompanhadas pelo seu cumprimento.
- Seria “semente de uma mulher”
Profecia: Génesis 3:15
Cumprimento: Gálatas 4:4; Lucas 2:7; Apoc. 12:5; Mat. 1:18
- Seria descendente de Abraão
Profecia: Génesis 18:18 (12:3)
Cumprimento: Atos 3:25; Mateus 1:1; Lucas 3:34; Gál. 3:16
- Seria descendente de Isaque (filho de Abraão)
Profecia: Génesis 17:19
Cumprimento: Mateus 1:2; Lucas 3:34
- Seria descendente de Jacó (filho de Isaque)
Profecia: Números 24:17 e Génesis 28:14
Cumprimento: Lucas 3:34; Mateus 1:2
- Descenderia da Tribo de Judá
Profecia: Génesis 49:10
Cumprimento: Lucas 3:33; Mateus 1:2-3
- Descendente de David
Profecia: Jer. 23:5 e 6
Cumprimento: Mateus 22:41-46
- Seria herdeiro do trono de Davi
Profecia: Isaías 9:7 e 11:1-5; II Samuel 7:13
Cumprimento: Mateus 1:1 e 6
- Seu lugar de nascimento
Profecia: Miqueias 5:2
Cumprimento Mateus 2:1; Lucas 2:4-7
- A época de nascimento
Profecia: Daniel 9:25
Lucas: 2:1-2 e 2: 3-7
- Nascido de uma virgem
Profecia: Isaías 7:14
Cumprimento: Mateus 1:18; Lucas 1:26-35
- A matança dos meninos
Profecia: Jeremias 31:15
Cumprimento: Mateus 2:16-18
- A fuga para o Egito
Profecia: Osias 11:1
Cumprimento: Mateus 2:14 e 15
- João Batista preparando o caminho
Profecia: Mal. 3:1; Isa. 40:3; II Reis 1:8
Cumprimento: Mat. 3:3; Marc. 1:4 e 6
- Seu ministério na Galileia
Profecia: Isaías 9:1 e 2
Cumprimento: Mateus 4:12-16
- Iria curar doenças, carregando Ele mesmo nossos sofrimentos
Profecia: Isaías 53:4
Cumprimento: Mat. 8:17
- Seu ministério na região de Zebulom e Naftali
Profecia: 9:1
Cumprimento: 4:15-16
- Como profeta
Profecia: Deuteronómio 18:15
Cumprimento: João 6:14; 1:45; Atos 3:19-26
- Como servo de DEUS
Profecia: Isaías 42:1-4
Cumprimento: Mateus 12:18-21
- Falaria por parábolas
Profecia: Salmos 78:2
Cumprimento: 13:35
- Seria sacerdote como Melquisedeque
Profecia: Salmos 110:4
Cumprimento: Habacuque 6:20; 5:5 e 6; 7:15-17
- O desprezo por parte dos judeus
Profecia: Isaías 53:3
Cumprimento: João 1:11; 5:43; Lucas 4:29; 17:25; 23:18
- Algumas de suas características
Profecia: Isaías 11:2; Salmos 45:7; Isaías 11:3 e 4
Cumprimento: Lucas 2:52; 4:18
- A Sua entrada triunfal em Jerusalém
Profecia: Zacarias 9:9; Isaías 62:11
Cumprimento: João 12:12-14; Mateus 21:1-11
- Seria traído por um amigo
Profecia: Salmos 41:9
Cumprimento: Marcos 14:10 e 43-45; Mateus 26:14-16
- Seria vendido por trinta moedas de prata
Profecia: Zacarias 11:12 e 13
Cumprimento: Mateus 26:15; 27:3-10
- O dinheiro seria devolvido para comprar um campo de um oleiro
Profecia: Zacarias 11:13
Cumprimento: Mateus 27:6 e 7; 27:3-5; 8-10
- O lugar de Judas deveria ser ocupado por outro
Profecia: Salmos 109:7 e 8
Cumprimento: Atos 1:16-20
- Testemunhas falsas o acusariam
Profecia: Salmos 27:12; 35:11
Cumprimento: Mateus 26:60 e 61
- Permaneceria em silêncio quando acusado
Profecia: Isaías 53:7; Salmos 38:13-14
Cumprimento: Mateus 26:62 e 63; 27:12-14
- Seria golpeado e cuspido
Profecia: Isaías 50:6
Cumprimento: Marcos 14:65; 15:17; João 19:1-3; 18:22
- Seria odiado sem motivo
Profecia: Salmos 69:4; 109:3-5
Cumprimento: João 15:23-25
- Sofreria em substituição a nós
Profecia: Isaías 53:4-6 e 12;
Cumprimento: Mateus 8:16 e 17; Rom. 4:25; I Col. 15:3
- Seria crucificado com pecadores
Profecia: Isaías 53:12
Cumprimento: Mateus 27:38; 15:27 e 28; Lucas 23:33
- Suas mãos e pés seriam traspassados
Profecia: Salmos 22:16; Zacarias 12:10
Cumprimento: João 20:27; 19:37; 20:25 e 26
- Seria escarnecido e insultado
Profecia: Salmos 22:6-8
Cumprimento: Mateus 27:30-44; Marcos 15:29-32
- Dariam a Ele fel e vinagre
Profecia: Salmos 69:21
Cumprimento: João 19:29; Mateus 27:34 e 48
- Ouviria palavras proféticas com zombaria
Profecia: Salmos 22:8
Cumprimento: Mateus 27:43
- Oraria por seus inimigos
Profecia: Salmos 109:4; Isaías 53:12
Cumprimento: Lucas 23:34
- Seu lado seria traspassado
Profecia: Zacarias 12:10
Cumprimento: João 19:34
- Os soldados lançariam sortes sobre suas roupas
Profecia: Salmos 22:18
Cumprimento: Marcos 15:24; João 19:24
- Seus ossos não seriam quebrados
Profecia: Salmos 34:20; Êxodo 12:46
Cumprimento: João 19:33
- Seria sepultado com os ricos
Profecia: Isaías 53:9
Cumprimento: Mateus 27:57-60
- Sua ressurreição
Profecia: Salmos 16:10, 110; Isa. 53:8, 10; Zac. 6:12 e 13; Mateus 16:21; Atos 2: 24; 8:32 e 33
Cumprimento: Mateus 28:9; Lucas 24:36-48
- A Sua ascensão
Profecia: Salmos 68:18
Cumprimento: Lucas 24:50 e 51; Atos 1:9


José Carlos Costa, pastor

19 de agosto de 2013

4. PROFECIAS EM CUMPRIMENTO

Retratam com fidelidade os dias atuais, embora escritas a 2.000 anos atrás, ou mais, se forem do velho testamento
- Da propagação do evangelho
Isaías 2:2 e 3; 29:18; 52:7; 61:1; Dan. 12:3-10; Miq. 4:1; Mateus 24:14; 28:18-20; Marcos 13:10; 16:15; Lucas 24:14 e 47; Atos 1:8 e 2:17-21 (=Isa. 2:2-3); Colossenses 1:28; Apocalipse 14:6
- Dos últimos dias, suas condições económicas e políticas
II Tim. 3:1 e 13; Mateus 24:6-7; Marcos 13:7-8; Luc. 21:9-11
- Do juízo final
Joel 2:11 e 31; Sofonias 1:14; Malaquias 4:1; Mateus 25:31 – 32; Habacuque 9:27 e 10:25; II Pedro 2:9; 3:7; I João 4:17; Romanos 2:5; II Tim. 1:12;  Judas 6 e 15; Apoc. 6:17 e 20:12.
- Do derramamento do Espírito Santo
Isaías 32:15 e 59:21; Ezequiel 39:29; Joel 2:28; Zacarias 12:10; Mateus 3:11; Lucas 11:13 e 24:49; João 7:39, 14:16 e 16:7; Atos 1:8, 2:38 e 2:17-21; Rom. 5:5; Tito 3:5-6.
- Da perseguição da Igreja
Mateus 10:17 e 24:9; Lucas 21:12; Joel 15:20 e 16:2; II Tim. 3:12; Apoc. 2:10.
- Sinais do fim do mundo
Mateus capítulo 24; Marcos 13:6 a 32; Lucas 21:7 a 19
- Falsos cristos
Mateus 24:5 e 24; Marcos 13:6 e 22
- Contexto social (de corrupção e imoralidade) nos tempos do fim
II Timóteo 3:1-6 e 13; Lucas 17:26 e 28; II Pedro 3:3; Dan 12:9-10; Rom. 1:28-32; 3:10-18
- Angústia no fim dos tempos
S. Lucas 21:11 e 26
- Situação moral e homossexualismo
Rom. 1:18-27
- Sobre os zombadores das profecias, nos últimos tempos
II Pedro 3:3 e 4
- Os pés da estátua
Daniel capítulo 2:44 e 45
- Sobre a aparente “paz e segurança”, antes do fim
I Tes. 5:2 e 3
- Sobre a apostasia antes da vinda de Cristo
II Tes. 2:3 a 6; 11 e 12; I Tim. 1:19; 4:1 a 5; II Tim. 4:1-4; Heb.3:12; II Pedro 3:17; Lucas 18:8; Rom. 1:18-25

Profecias em cumprimento no Apocalipse
- A Igreja de Laodiceia, cap. 3:14-22.
- A Corte do Universo, cap. 4.
- Quatro anjos detendo os ventos, cap. 7:1.
- A Igreja que adora no santuário, cap. 11:1-2.
- A sétima trombeta ou o movimento do advento, cap. 11:15-18.

- As duas primeiras mensagens angélicas, cap. 14:6-8.

18 de agosto de 2013

5. PROFECIAS QUE AINDA SE CUMPRIRÃO

Estas profecias encontram-se todas no livro do Apocalipse.
Profecias que se cumprirão durante a crise final:
- O selamento do povo de Deus, cap. 7:2-8.
- A Lei de Deus vista no santuário, cap. 11:2-8.
- O povo do advento perseguido, cap. 12:17.
- A opressão da segunda besta nos Estados Unidos, cap. 13:12-18.
- A destruição da terra pelo fogo, cap. 14:10; 20:10 e 15; 21:8
- O terceiro anjo e o sinal da besta, cap. 14;9-13.
- A vindima das uvas ímpias, cap. 14:17-20.
- Sobre o fim do tempo de graça (ou de escolha): Cap. 15:1, 5-8;
- As sete pragas: Cap 16;
- Sobre os três últimos impérios, cap. 17:9 e 10
- Sobre a ação final de Satanás, 17:11
- Sobre a organização do mundo para a batalha final, 17:12-14
- Sobre a revolta das nações contra a Besta, 17:16-17
- O alto clamor de terceiro anjo, cap. 18:1-4;
- A queda de babilónia (poder papal): caps 18 e 19;

Profecias que se cumprirão após a crise final:
- A abertura do sétimo selo, cap. 8:1;
    – A segunda vinda de Cristo: Caps. 1:7; 3:3 e 11 14:14-20; 19:11-21;
    – Todo o olho O verá: cap 1:7
- O milénio, após a segunda vinda: cap. 20;
- A prisão milenar de Satanás, cap. 20:1-3.
Profecias que se cumprirão na Nova Jerusalém
- A nova Jerusalém: Cap. 21 e 22;
- Uma multidão incontável vitoriosa, cap. 7:9-17; 14:1-5; 15:2-4;
- Os 144.000 na glória, cap. 14:1-5;
- O regozijo da vitória dos 144.000 contra a besta, cap. 15:2-4;
- A festa das bodas do Cordeiro, cap. 19:1-10;
- O juízo dos ímpios no milénio: Cap 20:4-6.

Profecia a cumprir-se no fim do milénio
- O juízo executivo dos anjos e dos ímpios, cap. 20:7-10.
Profecias a cumprirem-se na restauração
- Novo céu e nova terra: Cap. 21:1-8; 7:13-17
- A metrópole da Nova Terra, cap. 21:9-22.
- Epílogo, cap. 22:6-21.
Profecias que se encontram noutros livros;
- A destruição da terra por fogo (trata-se da execução do juízo final, ou a segunda morte): II Pedro 2:4; 3:7; Malaquias 4:1; Mateus 3:12; 5:22 e 29; 10:28; 13:42; 18:9; 23:15 e 33; Isaías: 33:14; 66:24; I Tes. 1:8 e 9; II Ped. 3:7 e 10-12; marcos 9:43; Lucas 12:5; Tiago 3:6.
- O dia escuro antes da 2a Vinda: Isaías 13:9-11; Jó 34:20; Ezeq. 32: 7-8;
- Haverá um grande julgamento: Mateus 25:31 a 46; Dan. 7:10 e 22;
- A terra será destruída com a vinda de Cristo: II Pedro 3:10
- Os reinos deste mundo serão destruídos com a vinda de Cristo: Dan 7:12-26
- Haverá novo céu e nova terra: II Pedro 3:13; Daniel 7:14 e 18; João 14:3; Isaías 65:17-25 (as características do novo Céu); I Cor. 2:9
 – A segunda vinda de Jesus: Daniel 2:44 e 45; 7:13 e 14; Mat. 24:44; Atos 1:11; II Ped. 3:10
- Aqueles que O traspassaram, o verão: João 19:37 (Zaq. 12:10); Apoc. 1:7 (todos O verão)
- Falsos profetas nos tempos finais: Mateus 24:4-5, 11 e 24; I João 4: 1; II João 7;
- Revelação do Anti-Cristo, no final dos tempos: II Tess. 2:3, 4, 7, 9 e 10 a 12; João 4:3;
- Ministério do engano: Atos 20: 29 a 30; II Tess. 2: 3 a 12;
- Tempos de angústia (apreensão, insegurança): Daniel 12:1; Isaias 13:9 a 11; 34:1 a 4; Ezequiel 32: 8 a 10; Lucas 21:26; Apoc. 6: 15 a 17;
- Fim do sistema Papal: Dan. 7:11 e 26;
- O Reino de Cristo será eterno: Dan 7:18;
- Os santos tomarão parte no julgamento, por 1000 anos: I Corr. 6:2 e 3; Apoc. 20:4.

Bibliografia consultada
BÍBLIA VIDA NOVA. São Paulo – SP, CPB, 1990.
CAIJ, Fernando.  Preparação para a crise final. Santo André, SP. CPB, 1975.
Comentário Bíblico Adventista, Publicaciones Interamericanas, Division Hispana de la Pacific Press Publishing Assiciation (EUA). v. 4, p 206-7 e v. 6, p 766.
DANIEL S.D.A.B.C, FAT, 1979.
GOMES, Edson Pereira. Diagrama histórico religioso da terra. Castro, Paraná. Kugler Artes Gráficas Ltda, 1978.
MELLO, Araceli S. As verdades dobre as profecias do Apocalipse. São Paulo, 1982.
THOMPSON, Frank Charles. Bíblia de referência Thompson. Ed. Vida, 1993.

WITE. E. G. O Grande conflito. Santo André, SP. CPB, 1981.

4 de agosto de 2013

A Grande Babilónia do Apocalipse

Que poder representa a grande Babilônia do Apocalipse

“Um dos sete anjos que tem as sete taças” mostrou ao profeta João o “julgamento da grande meretriz que se acha sentada sobre muitas águas”.


A Bíblia usa o símbolo de uma mulher para representar a igreja. Uma “virgem” representa a igreja de Deus em sua pureza (Jeremias 6:2; 2 Coríntios 11:2). E uma mulher de conduta moral duvidosa (meretriz) simboliza igreja (s) apostatada (s) (Jeremias 3:20; Ezequiel 16).
“Em Apocalipse, capítulo 17, Babilónia é representada por uma mulher – figura que a Bíblia usa como símbolo da igreja, sendo uma mulher virtuosa a igreja pura, e uma mulher abjeta a igreja apóstata”.[2]
O fato de “os reis da terra” haverem se prostituído com a meretriz, significa uma união ilícita que tem havido entre a igreja e o Estado. (Jesus disse: “O meu reino não é deste mundo” João 18:36; “Não sois deste mundo” João 15:19).
A João pareceu-lhe estar no deserto. Ali ele contemplou em visão, uma mulher montada numa besta escarlate, besta repleta de nomes de blasfémias, com sete cabeças e dez chifres.
“Achava-se a mulher vestida de púrpura e de escarlate, adornada de ouro, de pedras preciosas e de pérolas, tendo na mão um cálice de ouro transbordando de abominações e com as imundícies da sua prostituição. Na sua fronte achava-se escrito um nome, mistério: BABILÓNIA, A MÃE DAS MERETRIZES E DAS ABOMINAÇÕES DA TERRA. Então vi a mulher embriagada com o sangue dos santos e com o sangue das testemunhas de Jesus; e, quando a vi, admirei-me com grande espanto”. (Apocalipse 17:3-6).
A meretriz assentada sobre as muitas águas e a mulher cavalgando a besta escarlate, são a mesma coisa; simbolizam a igreja cristã apostatada, em seu estado de união com os povos da terra, ou seja, união da igreja com o poder civil (Apocalipse 17:15).
Nas vestes da mulher predominam as cores púrpura e escarlate; tais cores eram símbolos da realeza (Mateus 27:28), posição que a senhora “Babilónia” se arroga possuir (Apocalipse 18:7). A cor escarlate também é usada na Bíblia como símbolo do pecado (Isaías 1:18) e como referência a Satanás (Apocalipse 12:1-3, o dragão vermelho).
Observe-se o contraste entre as vestes desta mulher (que a Bíblia chama de prostituta) e a “noiva” do Cordeiro, vestida de linho fino, branco e puro (Apocalipse 19:7 e 8).
A mulher tem um cálice de ouro na mão. O ouro na Bíblia é símbolo de fé e amor (Tiago 2:5; Gálatas 5:6); a igreja apostatada professa fé pura, no entanto está cheia de corrupção, como representado pelo “vinho” de prostituições que são as doutrinas falsas como resultado da união ilícita com os reis da terra.
O que é esse vinho? – representa as doutrinas falsas. Ela deu ao mundo um sábado falso em vez do símbolo do quarto mandamento, e tem repetido a mentira que Satanás disse a Eva ainda no Éden de que a alma é naturalmente imortal. Muitos erros semelhantes tem ela propagado por toda parte, “ensinando doutrinas que são preceitos dos homens”. São Mateus 15:9.[3]
A Babilónia tem estado a promover doutrinas venenosas, o vinho do erro. Esse vinho do erro é composto de doutrinas falsas, tais como a imortalidade natural da alma, o tormento eterno dos ímpios, a negação da existência de Cristo antes de Seu nascimento em Belém, a defesa e exaltação do primeiro dia da semana acima do santificado dia de Deus. Esses erros e outros semelhantes são apresentados ao mundo pelas várias igrejas, e assim se cumprem as Escrituras que dizem: “Porque todas as nações beberam do vinho da ira da sua prostituição”. A ira criada por doutrinas falsas, e quando reis e presidentes sorvem esse vinho da ira da sua prostituição, enchem-se de ódio contra os que não concordam com as heresias falsas e satânicas que exaltam o dia santo falso, e levam os homens a pisarem a pés o monumento de Deus[4].
A mulher em consideração tem um nome: “Mistério, Babilónia, a grande, a mãe das meretrizes e das abominações da terra”. Ao tempo do Império Romano, algumas prostitutas costumavam escrever despudoradamente seu nome em suas próprias testas. Eram assim facilmente identificáveis. Assim também acontece com o poder representado pela profecia – o nome identifica o seu possuidor. O nome é “Mistério”, mas ao mesmo tempo indica que é compreensível, pois é desdobrado nas palavras seguintes: “Babilónia, a grande,…” Apocalipse 17:5.
O nome Babilónia deriva de Babel, cidade que foi construída na planície de Sinear, logo após o dilúvio. Pondo em descrédito a palavra de Deus, alguns descendentes de Noé resolveram construir ali uma torre cujo topo alcançasse o céu. Daí o seu nome BABEL, que significa “Porta de Deus”.

1 de agosto de 2013

A DISTINÇÃO ENTRE PROFECIA NO A.T., E PROFECIA APOCALÍPTICA

Os profetas do Antigo Testamento tais como Amós, Isaías, Sofonias, Ezequiel e Jeremias são chamados profetas clássicos. As suas mensagens foram em primeiro lugar pronunciados em voz alta, seja ao reino rebelde do Israel no norte (as 10 tribos) ou à apóstata Jerusalém e Judá (as 2 tribos). Com frequência suas mensagens foram um clamor em favor da justiça social, económica e política para as classes oprimidas. Os profetas convocaram Israel e Judá para que voltassem para a torah ou lei do pacto do Moisés, e para que servissem a Deus com arrependimento verdadeiro. Se os líderes políticos e religiosos do povo eleito originavam justiça social e uma renovação da adoração, o reino de Deus viria sobre a terra em sua história futura. Em realidade, o "dia do Senhor", ou o "dia do Jeová", não viria como Israel o tinha antecipado popularmente.
Profecia Clássica
Amós: Este profeta, como porta-voz de Deus, pronunciou em forma fulminante estas horríveis palavras às 10 tribos:
"Ai de vós que desejais o Dia do Senhor! Para que desejais vós o Dia do Senhor? É dia de trevas e não de luz  ...Não será, pois, o Dia do Senhor trevas e não luz? Não será completa escuridão, sem nenhuma claridade?
"Por isso, vos desterrarei para além de Damasco, diz o Senhor, cujo nome é Deus dos Exércitos" (Amós 5:18, 20, 27).
Amós deu a conhecer dois castigos sobre Israel: Em primeiro lugar, a nação infiel seria levada cativa ao exílio em Assíria ("além de Damasco") como resultado da maldição do pacto do Deus do Israel, em harmonia com suas ameaças do pacto pronunciadas mediante Moisés (Deut. 28; Lev. 26). Esta sentença teve lugar no ano 722 a.C., e se conhece como o desterro assírio das dez tribos. Em segundo lugar, o significado pleno deste juízo nacional chega a compreender-se só quando se vê este acontecimento como um tipo ou prefiguração do juízo cósmico de Deus ao fim da história sobre todas as nações que se rebelem contra Deus.
Amós apontou ao juízo final de Deus quando se referiu aos sinais cósmicos: "Farei que fique o sol ao meio dia, e cobrirei de trevas a terra no dia claro" (Amós 8:9), e: "Não se estremecerá por isso a terra, e fará luto tudo o que nela habita? (v. 8, BJ). Escuridão repentina ao meio-dia ou um terremoto catastrófico podem ser mais que um desastre natural. O fogo apocalíptico consumirá a terra e o mar (7:4) e levará a seu fim a história de Israel!
Na escatologia (a ordem dos acontecimentos finais) que apresenta Amós, o dia do Senhor seria um juízo iminente sobre Israel a mãos de seu inimigo nacional: Assíria (no 722 a.C.). Mas Amós anunciou uma catástrofe ulterior, na qual Deus julgará a uma sociedade mundial apóstata e libertará a seus fiéis em todas as nações. A esta relação do juízo local iminente e do juízo mundial do tempo do fim chamamos "conexão tipológica". Ambos os juízos procedem do mesmo Deus, mas o juízo sobre a nação é um tipo ou modelo profético que garante que Deus julgará finalmente a todo mundo pelos mesmos princípios morais. Só mediante sua retribuição final se cumprirá completamente o propósito redentor de Deus para esta terra. O tipo histórico pode ser local e incompleto, mas o antítipo escatológico será universal e completo em seus resultados.
Sofonías: O duplo foco do juízo de Deus em Amós também o descrevem graficamente os outros profetas. Em geral se considera que Sofonías é o profeta mais grandioso que fala do juízo de Deus. Inclusive começa seu pequeno livro com uma admoestação da destruição universal vindoura:
"De fato, consumirei todas as coisas sobre a face da terra, diz o Senhor. Consumirei os homens e os animais, consumirei as aves do céu, e os peixes do mar, e as ofensas com os perversos; e exterminarei os homens de sobre a face da terra, diz o Senhor" (Sof. 1:2, 3).
Assim como Amós, Sofonías contempla o futuro histórico imediato contra o fundo do juízo final, porque é o mesmo Deus o que visita Israel e o mundo para juízo e salvação. A mensagem principal é que Deus atua, não a duração do período de tempo entre os juízos.
Joel: O profeta Joel estruturou sua perspectiva profética de forma tal que uma praga histórica de lagostas (1:4-12) serve como um tipo profético do juízo escatológico de todo o mundo, que é seu antitipo (2:10, 11; 3:11-15). A história local e a escatologia do tempo do fim estão tão mescladas entre si que não podem ser completamente separadas na descrição profética. O presente corresponde ao futuro porque é o mesmo Deus quem vem agora e no futuro. Este é a mensagem principal do Antigo Testamento. O propósito moral de cada anúncio de um juízo de Deus é levar a seu povo a caminhar em harmonia com sua vontade redentora no presente. O objetivo final da profecia não é a catástrofe e a destruição, a não ser uma nova criação e a restauração do paraíso perdido na terra.
Isaías: Um exemplo de como o juízo de Deus sobre um arquiinimigo histórico do Israel e seu juízo final do mundo estão intimamente misturas, como se ambos fossem um só dia do Senhor, encontra-se no Isaías 13. Isaías anuncia a iminente queda do Império Neobabilónico às mãos dos medos: " Uivai, pois está perto o Dia do SENHOR; vem do Todo-Poderoso... Eis que eu despertarei contra eles os medos" (Isa. 13:6, 17). Neste oráculo profético de guerra, Deus atuará logo como o guerreiro divino para liberar a seu povo oprimido: "O Senhor dos exércitos revista seu exército para o combate" (v. 4, NBE). O resultado será a destruição: "Babilónia, a jóia dos reinos, glória e orgulho dos caldeus, será como Sodoma e Gomorra, quando Deus as transtornou. Nunca jamais será habitada, ninguém morará nela de geração em geração" (vs. 19, 20).
Depois, o profeta acrescenta a dimensão cósmica do dia apocalíptico do Senhor: "As estrelas dos céus e seus luzeiros não darão sua luz; e o sol se obscurecerá ao nascer, e a lua não dará seu resplendor" (V. 10). Deus castigará "ao mundo por sua maldade, e aos ímpios por sua iniquidade" (V. 11). Deus fará "estremecer os céus, e a terra se moverá de seu lugar... no dia do ardor de sua ira" (V. 13).
Esta é uma descrição de um juízo universal. Por isso, a profecia de Isaías de condenação sobre Babilónia contém a estrutura de uma perspectiva tipológica. É claro que o dia apocalíptico do Senhor, com seus sinais cósmicos e seu terremoto universal, não ocorreu durante a queda histórica de Babilónia ante os medo-persas no 539 a.C. Aquele juízo sobre Babilónia serve só como um tipo ou símbolo do juízo final da humanidade; por esta razão se descrevem os dois juízos como se fossem um só dia de retribuição divina. A natureza tipológica da queda de Babilónia da antiguidade não requer que cada rasgo da profecia se cumpra no tipo. Antes, o cumprimento parcial das antigas profecias de condenação e liberação indicam que ainda precisam encontrar sua consumação definitiva. O livro do Apocalipse nos assegura que todas as profecias antigas de condenação e liberação ocorrerão em escala mundial por ocasião da segunda vinda de Cristo. Por definição, o antítipo sempre é maior que o tipo. Por isso encontramos que a característica da profecia clássica é seu duplo foco, sobre o próximo e o longínquo, sem nenhuma diferenciação de tempo. Ensina-nos que o Deus do Israel é o Deus da história. É o rei que vem na história e ao fim da história da humanidade. Sua vinda traz o fim desta era maligna, para restaurar o reino de Deus sobre nosso planeta por meio do Jesus Cristo.
Outra característica vital da profecia clássica trata-se das suas preocupações éticas, seu chamado ao arrependimento e a uma vida santificada. Os profetas de Israel não fizeram predições incondicionais mas sim desafiaram tanto ao Israel como aos gentios com a vontade imediata de Deus. De fato, as predições divinas satisfazem o propósito mais elevado de chamar o povo ao arrependimento e a obedecer a vontade de Deus e dessa forma, evitar o juízo vindouro. O resultado significativo desta preocupação ética dos profetas do Israel é a segurança de que só um remanescente do Israel, fiel e purificado, entrará no reino escatológico de Deus.
Os profetas anunciaram que só um fragmento ou remanescente da nação como um tudo seria salva, assim como o "tronco" que fica de uma árvore (Amós 3:12; 5:14, 15; Ouse. 5:15; 6:1-3; Isa. 4:2-4; 6:13; Jer. 23:3-6). A razão é que só o remanescente restaurado se voltará para Senhor com arrependimento verdadeiro (Isa. 10:20-23; Zac. 12:10-13); só um Israel espiritual dentro do Israel nacional receberá um coração "circuncidado" (Deut. 10:15, 16; 30:6; Jer. 4:4). A distinção no Antigo Testamento entre um verdadeiro o Israel de Deus dentro da nação do Israel não se apoia na relação de raça ou de sangre com Abraão, e sim na fé e na obediência a Deus. O fator decisivo é possuir a relação espiritual de pacto com Deus. De acordo com esta teologia do remanescente do Antigo Testamento, o apóstolo Paulo chegou a esta conclusão: "Porque nem todos os que descendem de Israel são israelitas" (Rom. 9:6). Seu ensino apostólico enfatizou que só quando israelitas reconheçam que Jesus é o Messias da profecia, são os portadores de luz das promessas do novo pacto de Deus. E enquanto os gentios são chamados para serem os herdeiros das mesmas promessas, Paulo insistiu: "Só o remanescente será salvo" (v. 27).

Profecia Apocalíptica
O livro do Daniel forma uma classe de profecia por si mesmo dentro do Antigo Testamento. Aqui nos encontramos com um fenómeno: Não se prediz um só evento ou juízo, e sim uma sequência total de acontecimentos que começam nos próprios dias do Daniel e se estendem adiante sem interrupção até o estabelecimento do reino de glória de Deus. Um contínuo histórico ininterrupto em profecia, como apresenta Daniel, não tem precedentes na profecia clássica. Alguns profetas, como Joel e Ezequiel, revelaram o princípio de uma sucessão de dois períodos em seus esboços proféticos (Joel 2:28; Ezeq. 36-39), mas nenhum havia predito uma história contínua religiosa e política do povo do pacto de Deus terminando com o juízo final do dia do Senhor. Um panorama tão amplo da história da salvação adiantado é a característica específica da profecia apocalíptica. Este contínuo apocalíptico na história está em um marcado contraste com a profecia clássica, com seu dobro foco e sua perspectiva tipológica futura.

O segundo aspecto único no livro apocalíptico do Daniel é que contém uma quantidade de esboços históricos e cada um culmina no juízo universal do Deus de Israel. Podem distinguir-se 4 séries proféticas principais (Dan. 2; 7; 8; 11). Cada uma reitera a mesma ordem básica de acontecimentos, mas todas acrescentam detalhes com respeito ao conflito do povo do pacto de Deus com as forças que se opõem a Deus.
Estas visões paralelas mostram um interesse crescente em enfocar a era do Messias e seu conflito com o antimessias ou o anticristo (especialmente em Dan. 8 e 9). A idéia chave de cada série profética é o triunfo do governo de Deus sobre o mal. Portanto, precisamos compreender que a meta da apocalíptica bíblica não é predizer acontecimentos específicos da história secular do mundo em si. A apocalíptica bíblica não é um exibicionismo da presciência de Deus. Antes, o seu interesse é inspirar esperança entre o oprimido povo de Deus. Anima-os a perseverar até o fim, porque o Deus fiel do pacto estabeleceu ao anticristo limite de tempo e poder. Deus vindicará a seus fiéis na luta entre o bem e o mal. O foco definitivo da apocalíptica bíblica não é o primeiro advento do Messias e sua morte violenta (Dan. 9:26, 27), e sim seu segundo advento quando voltar como o vitorioso Miguel para resgatar o remanescente fiel (Dan. 12:1, 2).
O que forma a culminação de toda a profecia apocalíptica do Antigo Testamento é este evento final da história da humanidade. É este "fim" o que está em vista na singular frase do Daniel: "o tempo do fim" (5 vezes em Dan. 8-12). Este foco notável do tempo do fim também é a razão de por que a profecia apocalíptica enfatiza mais o aspecto incondicional do plano determinado de Deus para a redenção da humanidade. Mas este aspecto distintivo de determinismo não deve ver-se como um contraste fundamental com as profecias clássicas do Israel com seu chamado ao arrependimento.
As profecias apocalípticas de Daniel se centram ao redor da libertação final do fiel remanescente do Israel, o povo espiritual do pacto de Deus, em quem se realizarão finalmente as preocupações éticas de todos os profetas (Dan. 11:32-35; 12:3; Ezeq. 11:17-20; 18:23, 30-32; 33:11; Isa. 26:2, 3).
Em Daniel, a preocupação fundamental, tanto dos capítulos históricos (caps. 1-6) como dos proféticos (caps. 7-12), parece ser a vindicação que Deus faz de seu santos acusados falsamente. Esta soberania de Deus como Rei e Juiz está expressa pelo foco centralizado no Messias que se apresenta em muitos capítulos (Dan. 2; 7; 8; 9; 10-12), e em suas divisões predeterminadas de tempo da história da redenção (Dan. 7:25 [3 ½ tempos]; 8:14, 17 [2.300 dias]; 9:24-27 [70 semanas de anos]; 12:4, 7, 11, 12 ["o tempo do fim", 1.290 e 1.335 dias]).

Em todos os tempos, Deus proporciona um povo remanescente fiel, coloca os limites sobre a história pecaminosa deste mundo, permite tempos especificamente atribuídos para a apostasia e a perseguição, determina "o tempo do fim", ordena o mundo para a hora de seu juízo final e levará a cabo a libertação dos santos na segunda vinda. Estes característicos únicos pertencem à soberania de Deus e constituem a pedra angular da profecia do Daniel.
Pode fazer-se uma observação adicional a respeito da parte histórica do livro de Daniel. Nos capítulos 3 (a liberação do forno de fogo) e 6 (a liberação do fosso dos leões), os relatos da intervenção divina e o resgate sobrenatural têm a finalidade de ser mais que simplesmente um pouco de interesse histórico. O autor do livro chama a atenção a sua inerente perspectiva tipológica, em vista da libertação futura do povo remanescente de Deus ao fim da história da redenção. Isto chega a ser evidente a partir da repetição enfática do verbo chave "libertar" ou "resgatar" que se encontra no Daniel 3:15 e 17 (e 5 vezes no capítulo 6), e que volta a aplicar-se na seção apocalíptica do Daniel 12:1, quando Miguel "libertará" o verdadeiro o Israel de Deus por meio de sua intervenção pessoal.

Além desta conexão literária entre a seção histórica e a apocalíptica de Daniel, também existe uma correspondência temática fundamental entre as duas seções do livro. As narrações que Daniel faz da lealdade religiosa à sagrada lei de Deus por uns poucos fiéis, proporciona os tipos ou as prefigurações essenciais da natureza da crise final para o povo de Deus no tempo do fim. Estes acontecimentos históricos no livro de Daniel servem como o pano de fundo para a crise vindoura do tempo do fim e seu resultado providencial, tal como se descreve no livro de Apocalipse (caps. 13 e 14).
Resumo
O livro apocalíptico de Daniel revela ao menos quatro características únicas:
(1) Uma repetição dos esboços apocalípticos que mostram um contínuo da história da redenção. Cada esboço culmina no estabelecimento do reino de glória (Dan. 2:44, 45; 7:27; 8:25; 12:1, 2);
(2) O foco centrado no Messias de todos seus esboços (Dan. 2:44; 7:13, 14; 8:11, 25; 9:25-27; 10:5, 6; 12:1);
(3) As divisões predeterminadas de tempo, que servem como o calendário sagrado da história progressiva da redenção de Deus (Dan. 7-12). Estas profecias de tempo únicas determinam o começo do famoso "tempo do fim", particularmente a terminação do período de tempo profético dos 2.300 "dias" na visão selada de Daniel 8 (vs. 14, 17, 19);
(4) O aspecto incondicional da história da redenção, o qual recalca uma sessão predeterminada de juízo no céu e a vindicação dos santos fiéis por um Filho do Homem. Isto também está expresso pela imagem de um guerra santa final e o triunfo do Miguel como o guerreiro divino, e a ressurreição de todos os mortos para receber sua recompensa (Dan. 2:7-12).
Em resumo, o livro apocalíptico de Daniel contém o fundamental da profecia clássica (o duplo foco de uma perspectiva tipológica na seção histórica do livro) e o esboço profético de um contínuo histórico em sua seção apocalíptica.
A unidade orgânica da profecia clássica e da apocalíptica pode observar-se na harmoniosa combinação de sua perspectiva do tempo do fim: O juízo universal com a libertação cósmica de um povo remanescente fiel na última guerra entre o bem e o mal, e a restauração do reino de Deus em paz e justiça eternas.

Hans K. LaRondelle