8 de julho de 2011

GUERRAS E RUMORES DE GUERRAS

Aconteceu numa quarta-feira, 1º de setembro de 2004. O grande relógio no prédio central da escola primária anunciava que eram nove e quarenta da manhã. Era um típico dia de verão. Na escola, os alunos, professores e pais preparavam-se para iniciar um programa chamado “Dia do Conhecimento”. De repente. tiros foram disparados, seguidos de gritos, ameaças e golpes. Segundos depois, 32 homens e mulheres, armados até aos dentes com os rostos cobertos por capuzes pretos, assumiram o controlo da escola. De imediato fizeram mais de 1.100 reféns, a maioria deles crianças.
Este incidente infame ocorreu na cidade de Beslan, sul da Federação Russa. Os invasores conduziram os cativos para o ginásio da escola, onde tinham colocado uma enorme quantidade de explosivos para se protegerem em caso de um ataque das forças governamentais. As forças de segurança especiais do exército nacional rapidamente cercaram a escola preparadas para o ataque no primeiro passo descuidado dos terroristas. O impasse terminou três dias depois, com a morte de pelo menos 334 pessoas, incluindo 186 crianças. Outras centenas ficaram feridas.
Terrorismo e Violência.
Jesus disse há muito tempo atrás”…certamente, ouvireis falar de guerras e rumores de guerra…” (Mateus 24:6). Este foi um dos sinais que Ele deu que anunciavam que o Seu retorno ao planeta Terra estava a aproximar-se. Este terrível incidente em Beslan foi apenas uma gota de uma torrente crescente de violência. As pessoas entram em conflitos e matam-se sem razão todos os dias.
Nós crescemos acostumados a viver num clima de hostilidade constante. As guerras no Iraque , Afeganistão, Líbia, Magrebe, Egito (etc.), custaram milhares de vidas, tanto de militares como de cívis inocentes, a maioria dos quais não tinha nada a ver com as questões políticas envolvidas. No início, todos avidamente seguiam os acontecimentos destes conflitos. Agora, apesar das mortes de dezenas a cada dia, as pessoas perderam o interesse. Isso se tornou tão rotineiro que ninguém mais presta atenção.
Alguém uma fez-me a seguinte observação: “Não há guerras desde que os seres humanos apareceram na Terra? Não foi Caim quem matou o seu irmão Abel? Como pode “guerras e rumores de guerras” serem um sinal da Segunda Vinda?”
É verdade, claro, que a violência têm existido desde os tempos mais remotos. Desde a entrada do pecado no mundo, a maioria das pessoas têm vivido num clima de guerra, que é o resultado da nossa alienação humana de Deus. No entanto, nunca na história houve tanta tensão e violência como existe hoje.
O século 20 foi abalado por dois conflitos mundiais e vários outros mais localizados. Até aquele momento o mundo nunca tinha visto tanta devastação. A I Guerra Mundial teria matado entre nove e 16 milhões de pessoas, e, a Segunda Guerra Mundial teria matado cerca de 73 milhões!
Conflitos Internos.
Enquanto as guerras entre os países ricos dominaram a primeira metade do século passado, a maioria dos conflitos hoje têm lugar entre os países mais pobres do mundo. As nações que não podem sequer alimentar-se, desperdiçam os seus recursos mais preciosos, na luta dos cidadãos contra cidadãos.
Estudos feitos por especialistas mostram uma clara relação entre os conflitos armados e a fome no mundo. Um problema leva a outro. Recessões financeiras lançam milhões de pessoas na miséria, e a fome segue os desastres naturais e as guerras.
Nos nossos dias, muitos países sofrem de conflitos internos liderados pelos chamados guerrilheiros. Os conflitos internos ocorrem geralmente em áreas rurais, onde os agricultores de subsistência arcam com as desastrosas consequências e são os menos responsáveis pelo que está a acontecer.
As várias facções forçam os jovens a aderirem à luta, retirando-os do sector produtivo da sociedade. O consequente aumento da fome continua muito tempo após a violência ter passado. O que pode ser feito numa terra em que as mercadorias foram destruídas, pessoas foram mortas e feridas, a população fugiu para escapar do perigo e os danos ao meio ambiente tornaram-se irreparáveis?
Pior ainda são as minas terrestres espalhadas por toda a terra, que matam e mutilam as pessoas, desanimam a agricultura durante décadas após o conflito ter cessado.
Esperança de Paz.
Após a Segunda Guerra Mundial, os gastos com armas caíram drasticamente e as pessoas falavam de paz e harmonia. Mas tudo acabou por ser temporário! A profecia já tinha predito que “enquanto as pessoas estão a dizer: ‘Paz e segurança”, a destruição virá sobre elas de repente” (1 Tessalonicenses 5:3). Nos últimos 20 a 30 anos, a venda de armas ao redor do mundo têm crescido fora do controlo, no valor de mais de US $ 1,5 bilião. Isso é 15 a 20 vezes mais do que o total gasto na ajuda humanitária e outros tipos de ajuda. Pior ainda, a despesa é maior nos países mais pobres do mundo.
E embora você possa viver numa cidade em que a atividade da guerrilha não exista, você pode estar sujeito a outro tipo de violência. Os bandidos não hesita em entrar nos lugares escuros, quando chega a noite, mesmo em torno de seu próprio bairro? Existem áreas em cada cidade nas quais não iria querer aventurar-se até mesmo durante o dia? A violência urbana, a outra guerra sem fim, é uma parte constante da experiência das pessoas que vivem nas grandes cidades do mundo.
No Brasil, 240.000 pessoas morreram nas ruas violentas durante um recente período de cinco anos. O crime organizado conseguiu paralisar uma megalópole inteira, matando 20 policias por dia. O sequestro de camiões nas estradas, os traficantes controlando os bairros mais pobres e o tráfico de armas e contrabando são galopantes. Tudo isso gera pânico entre os cidadãos. No entanto, o país “não está em guerra.”
Vemos as palavras de Jesus serem cumpridas diariamente. Guerras e rumores de guerras, conflitos fratricidas e destruição sem sentido têm lugar em todos os lugares. Homens e mulheres estão a tentar entender o que se está a passar, mas eles não conseguem compreender.
No meio do turbilhão de lutas e aflições, ouça a suave voz de Jesus dizendo: “Deixo-vos a paz, a minha paz vos dou; não vo-la dou como a dá o mundo. Não se turbe o vosso coração, nem se atemorize” (João 14:27). Durante este período de conflito e de guerra em que vivemos, não poderia haver melhor convite do que este.
Texto de Alejandro Bullón, adaptado pela Revista Signs of The times Australiana.

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